Ontem não consegui te falar algumas coisas que eu queria muito, por isso te escrevo.
Preciso agradecer, por esse tempo, esse tempo em que me constitui como professor.
Momento de encontro, entre eu e tu, nós e nossos alunos.
Encontro como uma cadeia infinita de ações, ações que permanecem. Não existem encontros sozinhos, encontros isolados de outras ações. Dessa forma, a razão de uma ação, é atribuída á outra ação, formando assim uma cadeia de ações.
O encontro nos leva a suspender e questionar nossos jeitos, sujeitos, juízos de valor, nosso cotidiano.
O impacto desse encontro é o que aciona essa suspensão, esse entretempo. É um rachar as coisas, rachar as palavras.
Nos desorganizamos, nos desregulamos de alguma forma. O encontro é o que nos obriga a pensar.
Tudo é apenas encontro no universo, bom ou mau encontro. Nosso encontro: é um bom encontro.
Obrigado.
A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre
portas, que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá
fora, que aponta lápis, que vê a uva, etc
Perdoai.
Mas eu preciso ser outros.
Eu preciso renovar o homem usando borboletas
Manoel de Barros